publicado em 18/02/2025 às 06h32 •
Sempre achei muito interessante todos os processos que envolvem a criação de um produto. As pesquisas, as análises de dados...ou seja, todo discovery envolvido antes de uma ideia entrar para a esteira de desenvolvimento. Mas nem sempre eu soube disso. Ou ao menos sabia de uma forma bem rasa mas nunca tinha vivenciado, até que chegou esse dia.
Dito isto, fiz uma equipe (eu e apenas um amigo) e resolvemos desenvolver um produto. Dentre algumas reuniões e algumas ideias colocadas na mesa, batemos o martelo em um produto para o ramo imobiliário.
Definida a ideia, partimos para o planejamento. Várias reuniões com várias ferramentas com a Análise SWOT, Jornada do Usuário, Business Model Canvas, etc.
Após todo esse planejamento, iniciamos os desenvolvimentos como logo, identidade visual com as combinações de cores, prototipação das telas e por fim, os códigos. Foram algumas boas horas investidas no desenvolvimento de tudo, incluindo a infraestrutura (AWS, Banco de Dados, etc) junto com a programação (Back-end e Front-end).
Ufa, produto pronto!
E o bicho ficou bonito mesmo, viu.
Tudo funcionando, tudo com a identidade visual adequada, com as mídias sociais prontas. REALMENTE ERA UM EXCELENTE PRODUTO...PRA GENTE!
Com tudo pronto, agendamos uma apresentação do produto para um possível cliente. Após a impecável apresentação, a resposta do cliente:
"ESSE PRODUTO NÃO ME SERVE DESSA MANEIRA!"
Um banho de água fria! :/
A primeira lição: NÃO SE APAIXONE PELAS IDEIAS.
Valide-as, mude-as, se necessário. No nosso caso, esse cliente estava disposto a nos ajudar desde o início da nossa ideia mas falhamos em não envolver ele no discovery.
A segunda lição foi: APLIQUE COM MAESTRIA AS FERRAMENTAS A SUA DISPOSIÇÃO.
No nosso caso foi não aplicar de maneira eficaz o MVP. A gente investiu muitas horas na construção do nome, da logo, do esquema de cores...dos códigos então, foram horas. E tudo isso era necessário? Não.
Veja abaixo a forma ERRADA do conceito MVP:
Perceba que você só gera valor para seu cliente depois de muito tempo e investimento. E ainda correndo o risco de não ser o que ele precisa, como foi no nosso caso.
Agora veja abaixo a forma CERTA do conceito MVP:
Perceba que desde o início você consegue entregar o valor para o cliente. Você resolve o problema do cliente que no caso da imagem é a necessidade do deslocamento. Claro que não como ele gostaria mas é aí que entra:
A terceira lição: APRENDA COM SEU CLIENTE.
Ouça o seu cliente, entenda suas necessidades e vá adaptando/aprendendo com ele. A estratégia é minimizar o tempo de aprimoramento do produto até a versão final e aumentar as chances de criar uma solução realmente valiosa para as pessoas.
Trouxe essa história que aconteceu comigo para mostrar que os conceitos e ferramentas que existem, como é o caso do MVP, não estão aí para fazer você perder tempo. Pelo contrário. Estão aí para economizar seu tempo e você conseguir entregar uma solução que realmente resolva o problema do seu cliente.
No fim, a experiência em ter passado por isso foi enriquecedora e tiramos muitos outros aprendizados.
E você, já passou por algo parecido? Me escreva para trocarmos ideias.
Até mais!